
Por que às vezes sentimos tesão por quem nos desperta algum tipo de implicância, repulsa e até ódio?
Isso é mais comum do que parece — e tem até explicações na psicologia.
Esse misto de implicância e atração pode vir de vários fatores:
1. Tensão emocional (ambivalência)
Quando gostamos de alguém, especialmente no começo, sentimos um monte de emoções ao mesmo tempo: desejo, medo, insegurança, idealização. Isso gera tensão interna. A implicância às vezes é uma forma do cérebro lidar com essa confusão — tipo uma defesa para não demonstrar vulnerabilidade.
2. Tesão x resistência
A famosa fórmula "do tesão à aversão" pode estar ligada a:
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Desejo reprimido: você quer, mas não quer querer. A implicância vira válvula de escape.
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Projeção: você vê no outro algo que te atrai, mas também incomoda — às vezes porque é espelho de algo seu.
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Medo de perder o controle: gostar muito de alguém dá medo de se perder, de sofrer. Então vem a implicância como “freio emocional”.
3. Jogo psicológico
Especialmente em relações novas ou mal resolvidas, o cérebro entra em um vai-não-vai: "gosto, mas se eu mostrar, será que ele(a) vai me corresponder?". A implicância pode ser uma forma inconsciente de testar o outro ou manter distância.
4. Amor e raiva têm raízes semelhantes
Neurologicamente, amor e raiva ativam áreas parecidas no cérebro. Isso explica por que às vezes, quanto mais a gente gosta, mais reações contraditórias surgem.
Ou seja: sim, gostar pode provocar implicância. É como se o afeto esbarrasse na defesa emocional — e o resultado é esse samba doido entre desejo, irritação, ternura e negação.
Desejo, implicância e ambivalência emocional: o que está por trás dessa mistura?
Não se surpreenda se, em algum momento, você se pegar fantasiando com aquela pessoa que, até pouco tempo atrás, só despertava irritação. Nós, seres humanos imperfeitos e emocionais, frequentemente experimentamos sentimentos contraditórios — gostar e desgostar ao mesmo tempo, amar alguém e, simultaneamente, detestar certos hábitos ou manias. É como sentir uma vontade incontrolável de transar com o crush em plena briga. Contraditório? Talvez. Mas também profundamente humano.
A verdade é que as pessoas são complexas, contraditórias, ambíguas. Não é raro nutrir uma atração (mesmo que velada) por alguém que você costuma criticar. E, nesse jogo de sentimentos, a raiva ou a implicância podem esconder muito mais do que aparentam.
Segundo o psicólogo Yuri Busin, o sentimento de ódio por alguém pode, na verdade, estar ligado a uma forte admiração reprimida. Quando não sabemos lidar emocionalmente com o fato de que alguém possui qualidades que nos impactam, muitas vezes nos protegemos com rejeição.
Yuri também explica que pessoas muito atraentes tendem a despertar antipatia em alguns justamente por isso: como forma inconsciente de defesa para "nivelar" a diferença percebida. Só que o desejo sexual despertado nem sempre é possível de ser controlado.
Já o psicólogo Bruno Almeida, do projeto Superando Desafios, lembra que o ódio pode camuflar uma forte atração emocional ou sexual. Segundo ele, “um sentimento pode esconder outro”. Por isso, os profissionais da psicologia costumam observar além das palavras. Emoções, pensamentos e sensações muitas vezes falam mais do que o discurso consciente.
Outra hipótese importante: a implicância pode surgir porque a outra pessoa representa algo que desejamos, mas ainda não conseguimos alcançar. Ou, pior: enxergamos nela características que detestamos em nós mesmos. Como destaca a psicóloga Livia Marques, isso pode provocar um efeito de espelho difícil de admitir: “Perceber que também podemos ser como aquela pessoa que nos incomoda gera medo e desconforto”.
Além disso, a raiva pode despertar excitação sexual. Medo, estresse, tristeza e tensão podem, em algumas pessoas, gerar respostas fisiológicas semelhantes às do desejo. Isso acontece porque buscamos, inconscientemente, formas de compensar o mal-estar com sensações prazerosas.
A psicóloga Naiara O. Mariotto, especialista em Sexologia, explica que o estresse ativa reações intensas no corpo, como a liberação de adrenalina, que, por sua vez, pode aumentar o impulso sexual. Estudos mostram que o corpo reage de forma parecida ao estresse e à excitação sexual: ambos envolvem neurotransmissores e estímulos nas glândulas reprodutivas. Resultado? Desejo intenso e, muitas vezes, impulsivo.
Então, como lidar com esse caldeirão de sentimentos?
O primeiro passo é olhar para dentro. Entender o que aquela pessoa realmente desperta em você. Raiva? Desejo? Inveja? Carência? Amor mal resolvido? Refletir com profundidade pode evitar atitudes precipitadas ou arrependimentos futuros.
Se a convivência for inevitável, busque manter conversas objetivas e limites saudáveis. Evitar proximidade emocional pode ajudar até que você entenda melhor seus sentimentos.
E quando o desejo surgir por alguém que faz mal ou causa desconforto? Nesses casos, o apoio psicológico é essencial. Um profissional pode te ajudar a identificar, entender e educar suas emoções, transformando impulsos em escolhas conscientes.
Por fim, uma boa alternativa é canalizar essa energia emocional intensa para algo prazeroso e construtivo: atividade física, arte, estudos, meditação, criação... A complexidade dos nossos sentimentos pode ser uma fonte poderosa de transformação — desde que a gente aprenda a escutá-los..
POESIA
Tem gente que a gente gosta tanto que até irrita.
O toque provoca, mas a presença provoca mais ainda.
É desejo com ranço, carinho com raiva contida.
Dá vontade de morder — mas com um pouco de força.
Você me tira do sério, e talvez por isso eu te queira tanto.
Te implico pra disfarçar que te quero.
Te caço briga, mas era beijo.
Te olho torto, mas queria era tirar tua roupa.
É que gostar de verdade dá medo.
E quando não dá pra fugir… a gente implica
✨Você já sentiu tesão por alguém que te irrita profundamente?
Não se assuste. Isso é mais comum (e humano) do que parece.
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A gente vive dizendo que detesta alguém, mas lá no fundo… tá fantasiando com a mesma pessoa. 😳
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Pode ser implicância, pode ser raiva… mas também pode ser desejo.
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Psicólogos explicam que o ódio e a atração muitas vezes caminham lado a lado.
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💭 Às vezes, o outro desperta algo que a gente admira, mas não sabe lidar.
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💭 Outras vezes, ele nos lembra de algo que temos, mas não gostamos em nós mesmos.
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💭 Ou o estresse e a tensão viram gatilhos para um desejo quase instintivo.
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O fato é: sentimentos são complexos. Amor, raiva, tesão, frustração… tudo pode se misturar.
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O segredo? Se observar. Entender o que o outro desperta em você — e por quê.
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🧠 Sentir é natural. Agir por impulso… nem sempre é uma boa.
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✨ Canalize. Reflita. E se precisar, fale com um psicólogo.
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Quem nunca teve uma DR pegando fogo e terminou em beijo quente… que atire a primeira indireta. 🔥👀
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